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Clínica de Esquizoanálise

Assim como os modos de usar a linguagem podem capturar, assujeitar e controlar o pensamento dos homens ao inseri-los em regimes discursivos e produzir cadeias coletivas de expressão incorporais ou semióticas, e os modos de usar a sensibilidade podem capturar, submeter e organizar as forças do corpo no seu acoplamento com um regime dominante de luz e sombra de uma rede microfísica de modulação de movimentos constitutiva do corpo da sociedade, assim também os modos de usar os afetos, isto é, os usos que se faz daquilo que acontece ao desejo nos encontros que experimenta e que o preenchem (afetos paixões/ações), e que exprime uma variação da capacidade de existir podem ou capturar (por estagnação ou fixação passional), fabricar a falta e gerar demandas moralizantes por objetos e formas de empoderamento (impotência como vontade de poder/desejo como falta de objeto), acoplando-se a uma rede de poder que constitui o Juízo, enquadra a vida, esmaga as singularidades, violenta as diferenças e promove o triunfo de uma política do ódio e dos juízos morais como gosto generalizado pelos devires reativos; ou então, ao contrário, promover uma micropolítica dos afetos cujos outros usos podem pôr em movimento devires ativos, investindo uma ética da potência pautada nas alegrias ativas, na invenção de si e de modos libertadores de existir.