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Esquizoanálise – Uma micropolítica do contágio alegre

Quero crer que movimentos de pensamento prático funcionam como aliados para quem procura por modos intensivos de viver e busca fazer não só de si, mas de cada um de nós, não meros idealistas com falta de potência real, mas íntegros criadores efetivos de valores reais, potências livres sedentas de criar e doar e não caçadores de recompensas para anestesiar subjetividades carentes.

É mais do que chegado o momento para mim de mergulhar no campo da clínica como uma verdadeira política do desejo, especialmente de uma clínica que busca por uma grande saúde.

Momento de abordar de modo intenso o problema que atinge a nós humanos em maior ou menor grau, qual seja, o da passagem concreta das idéias à produção de realidade como acontecimentos vitais, passagem que faz das idéias verdadeiras forças operantes ou corpos de potência quando se trata de dispor forças aliadas para a vida que se produz a si como verdadeira obra de arte, como raro acontecimento ético-estético.

Mas essa necessidade é ainda maior e mais urgente para nós que somos sensíveis aos maus jeitos que maltratam e adoecem a vida e ordinariamente a separam do que ela pode. Nós que temos intenso prazer não no combate contra outros ou contra si, mas no combate às capturas e maus jeitos que se colam nos outros e em nós. Uma micropolítica de contágio alegre. Uma guerra de guerrilha vital cujas armas são afetos criadores de alegrias ativas.

E chamamos a atenção para a necessidade de uma cura e reconquista efetiva de um bom jeito de viver, pleno, com plena vitalidade. Eis uma grande saúde que se conquista não por meio da paz de um bem estar, mas pelo combate de um bom devir!

Não só queremos viver de modo integral. Desejamos para todos essa conquista que integra corpo, mente e desejo gerando uma grande saúde.

Essa é a mais forte razão que nos faz investir intensamente aqui e agora, nas circunstâncias do nosso presente, na necessidade de conceber e praticar uma autêntica clínica da vida que é capaz de nos resgatar da impotência do desânimo e da depressão e transmutar nosso atoleiro afetivo em pura energia de criação vital, reconduzindo-nos para uma nobre destinação de uma evolução criadora da vida através de nós e de novos modos libertários de associação humana.