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Onde esta nossa liberdade

Onde está a nossa liberdade?

Nessa manutenção da distância ou da coexistência, se quiserem.

Se eu me mantenho distante, mantenho as distâncias entre a potência de acontecer e os acontecidos, ou mesmo aquilo que está em acontecimento, se eu consigo manter essas distâncias, eu me relaciono com muitos de mim mesmo, eu deixo de ser um e passo a ser vários. Eu sou uma multiplicidade.

Quando a gente é capaz de fazer coexistir essa multiplicidade em nós, um afeto que produz uma paixão em mim, por mais violento que seja, por mais desastroso que seja, não vai conseguir fazer o estrago em mim que faria se eu tivesse reduzido a uma, duas ou três realidades.

Quanto mais eu me multiplico, quanto mais as dimensões em mim se ampliam, menos vulnerável aos maus encontros eu me torno.

Não por uma defesa covarde de escudos protetores, mas porque eu sou capaz dessa versatilidade plástica de por, não apenas em variação, mas à disposição outros elementos, outras tendências, outros dispositivos para lidar com aquela realidade que está me coagindo, que está me violentando ou que está me sabotando, eventualmente até me capturando.

Essa zona de indeterminação é uma zona de receptividade tal, que é capaz de manter, suspender, sustentar o movimento em estado de processamento e de diferenciação, que a resposta necessariamente é uma resposta criadora, inovadora.