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potencialização de si

Laboratório Política e Pensamento

O que pode comandar afinal a vida humana? Em que sentido podemos exercer efetivamente a liberdade de nossa vontade, no contexto do capitalismo mundial integrado? Quem, no contexto do nosso presente, em nós ou fora de nós, decide em última instância nosso destino e o de nossas sociedades? A dimensão virtual de nossa vida escapa à consciência normal que temos dela. E quando não, nos vemos tão incapazes de nos servir dessa duração pura que a desprezamos como inútil e sobretudo inconveniente. No entanto, essa realidade abstrata e paralela não só não para de nos transpassar, como constitui a parte essencial de nossas vidas e das sociedades, e tanto nos provoca e condiciona, submete e assujeita, quanto mais nossos modos míopes de existir a negligenciam.

Fuganti – Lógica Penal e Criminalização das Vidas: Controle, Poder e Sujeição

Tecerei algumas considerações acerca de uma tendência dominante em nossas sociedades, que condiciona as práticas contemporâneas de justiça e seus dispositivos de julgamento, controle e gestão sobre a vida, já manifesta e pressuposta em seus modos de desejos, pensamentos e crenças. E então procurarei desdobrar algo do que pode se processar em nós segundo a natureza e o investimento dessa tendência. Paralelamente tentarei extrair algumas virtualidades daquilo que em nós pode dar sustentabilidade a uma outra postura – com outros valores, outra maneira de desejar, de pensar, de sentir.

Fuganti – Ética como Potência e Moral como Servidão

Ao primeiro sinal da palavra ética o que salta à atenção comum do cidadão é um chamado para que ele, ao ponderar seu sentido mais frequente e ordinário, procure ascender a uma postura de vida e de comportamento que por princípio o colocaria no caminho do Bem, seja de natureza espiritual, seja um Bem para a humanidade ou, simplesmente, uma disposição por parte daquele que é qualificado com atributos ditos éticos, a assumir um comportamento que tenderia para o tão propalado bem comum da sociedade em que vive.

Fuganti – Desejo e Pensamento

“Talvez um dia o século será deleuziano”, assim falou Michel Foucault numa ocasião, depois do extraordinário impacto que lhe provocou a leitura de duas obras que marcaram para sempre, não só o século 20, mas toda a história do pensamento humano: Lógica do Sentido e Diferença e Repetição, de Gilles Deleuze. Essas obras por si só mostra toda singularidade e diferença de uma pura potência do pensamento.

Movimentos Nômades de Cultura: Olhares de Dentro

Movimentos Nômades de Cultura são movimentos emergentes e focos criativos de cultura que produzem maneiras autônomas de existir e na transversalidade das diferenças. Investem na diversidade dos processos inventivos que nos tocam partindo das urgências de tudo o que vive. Assim retomam forças imperceptíveis que compartilham e colocam em ressonância modos singulares de expor, dispor e produzir o real. (…)

Corpo em Devir

Então eu dizia que nós vivemos geralmente de modo separado do que podemos, nós não sabemos muito bem mais o que é vivermos colados à capacidade de existir na sua abertura máxima ou, no mínimo, na sua abertura que faz a nossa potência crescer. Esse horizonte é cada vez mais ofuscado. Eu diria mais: que há uma instituição humana que investe cada vez mais na separação da vida do que ela pode; e falsifica o que é viver, assim como falsifica o que é pensar. E não se sabe mais da vida a não ser fora do imediato, a não ser fora do acontecimento, não se sabe mais da vida ativa, afirmativa, intensiva.